Leis Sagradas

Legonomismo, Mandalas e a Páscoa: Símbolos e Significados

O legonomismo é um conceito desenvolvido por George Gurdjieff que se refere à transmissão de conhecimentos e verdades universais através de formas simbólicas e artísticas. Jung também observou algo similar ao conceito do legonomismo de Gurdjieff em seus estudos das mandalas, seus símbolos e significados. O simbolismo desempenha um papel crucial na compreensão e expressão da realidade humana.

Os símbolos são ferramentas poderosas que nos permitem comunicar ideias e conceitos complexos de maneira eficaz e profunda. Neste texto, exploraremos o conceito de legonomismo de Gurdjieff, a importância das mandalas para Jung. E já que estamos na Páscoa, como esse evento e seus símbolos se relacionam com a experiência humana.

Legonomismo, vem do lego mesmo

O legonomismo, segundo Gurdjieff, é a expressão da “arte objetiva”. Por sua vez, a arte objetiva permite que o espectador entre em contato com verdades espirituais e seus arquétipos. Assim, representa um contraste com a “arte subjetiva”. Essa que representa apenas a expressão pessoal do artista. A arte subjetiva representa muitas vezes somente as projeções das ilusões e fantasias de seu criador. Contudo, o legonomismo sugere que a arte e o simbolismo possam funcionar como veículos para transmitir conhecimentos profundos e significativos.

O termo “legonomismo” vem das palavras gregas “lego”, que significa “eu falo” ou “eu digo”. A segunda parte, “nomos”, se traduz como “lei” ou “regra”. Assim, “legonomismo” se entende como a expressão de leis ou princípios universais por meio de uma linguagem simbólica ou representações artísticas. Logo, é uma forma de transmitir conhecimentos esotéricos e sagrados por meio de símbolos, histórias, mitos, alegorias e linguagem codificada, geralmente encontrada em tradições religiosas e espirituais antigas.

Uma tentativa da IA em criar uma representação de legonomismo da Sagrada famíli

Muitas leituras dos mesmos mitos

A palavra legomonismo é apresentada por George Gurdjieff em seu livro “Beelzebub’s Tales to His Grandson” (Relatos de Belzebu a Seu Neto). Ainda mais, é uma palavra-chave em sua doutrina. Gurdjieff acreditava que o legomonismo tinha a capacidade de comunicar informações e princípios complexos de uma forma que ultrapassasse o entendimento puramente intelectual e alcançasse um nível mais profundo de consciência e compreensão. A fonte de Gurdjieff para esse termo e entendimento provavelmente deriva de suas viagens e estudos de várias tradições místicas e espirituais, como o sufismo, o budismo, o cristianismo esotérico, entre outras.

Para Gurdjieff, o legonomismo era também uma maneira de preservar de forma intacta o conhecimento esotérico das tradições que ela representa. Devemos lembrar que muito do conhecimento humano foi destruído em diversas guerras e perseguições religiosas. Assim, essa forma de arte era também uma maneira de selar ocultamente um conhecimento. Outrossim, na esperança que alguém viesse a reconhecer a mensagem velada.

Muito do que se dá valor hoje não tem valor para o espírito

Sendo assim, é importante fazer distinção entre arte objetiva e expressão cultural do intelecto inferior. A arte objetiva é uma expressão criativa que incorpora conhecimentos esotéricos, sagrados e eternos, sendo capaz de transmitir verdades universais e profundos insights sobre a condição humana. Essa forma de arte é projetada para evocar uma resposta emocional e cognitiva mais profunda no espectador. Acima de tudo, criar uma forte conexão e um despertar do centro emocional superior. Portanto, levar à transformação pessoal e ao crescimento espiritual.

Exemplos de arte objetiva podem incluir arquitetura sagrada, pinturas religiosas, músicas e danças sagradas. Quem já teve a oportunidade de entrar em uma igreja barroca ou gótica, logo percebe o impacto de seus belos vitrais e da imponência da nave central. O mesmo se diz dos cânticos e das cerimônias religiosas.

Por outro lado, a expressão cultural do intelecto inferior refere-se à arte e expressões culturais que são predominantemente produtos do pensamento e da criatividade humana comuns. Tais conteúdos estão desprovidos de conhecimentos esotéricos ou sagrados. Essas expressões artísticas podem ser belas e emocionantes. Porém, têm um impacto mais limitado no crescimento pessoal e na transformação espiritual. Afinal, não se baseiam nos princípios eternos e universais encontrados na arte objetiva. Por muitas vezes o artista somente expressa sua personalidade e a cultura de seu tempo. Em suma, tal arte desprovém de sacralidade.

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Mandalas e Jung

Os estudos de Jung sobre as mandalas e legomonismo de Gurdjieff possuem uma forte correlação. Ambos utilizam a abordagem simbólica e mística para entender a natureza humana e o processo de desenvolvimento pessoal. Assim como os dois conceitos lidam com a representação e a organização de informações de uma forma que vai além do intelecto. Ou seja, abordam aspectos mais profundos da psique.

Para Jung, as mandalas são símbolos circulares que representam a totalidade e a unidade. Ele as interpretou como meios para expressar a integração e harmonia do self. As mandalas servem como uma representação visual da organização e interação de aspectos complexos da psique. O que inclui as quatro funções mencionadas nos textos anteriormente (intelecto, sensação, intuição e emoção). Elas funcionam como um meio de acessar e integrar esses elementos em um processo de individuação.

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A origem das mandalas

A palavra “mandala” tem origem no sânscrito, uma antiga língua indo-europeia da Índia. “Mandala” pode se traduz como “círculo” ou “disco”. Na tradição hindu e budista, mandalas são representações geométricas e simbólicas do cosmos. Contudo, são usadas para fins espirituais e ritualísticos. Elas geralmente apresentam padrões concêntricos ou radiais e podem incluir figuras de divindades, animais e outros elementos simbólicos.

Mandalas quando usadas como ferramentas de meditação, auxiliam na concentração e na contemplação de verdades espirituais. Elas também servem como um mapa para a transformação pessoal e espiritual, guiando o praticante em sua jornada de autoconhecimento e iluminação. Porém, Jung observou que o padrão “mandálico” também está presente em muitas das representações de outras tradições religiosas como cristianismo, paganismo, africanas e dos povos originários das Américas.

Mandalas, uma expressão do legonomismo

As mandalas, originárias do Budismo, são exemplos de símbolos que expressam verdades universais. Estas representações geométricas e circulares simbolizam a totalidade, a harmonia e a unidade do cosmos. As mandalas ajudam os praticantes a se conectar com seu próprio eu interior e com a realidade mais ampla que os cerca. Portanto, nessas tradições as utilizam como ferramentas de meditação e contemplação. Carl Jung reconheceu o valor das mandalas em seu trabalho ao considerar as mesmas como representações arquetípicas do inconsciente coletivo. Ainda mais, como instrumentos para a individuação e a autorrealização.

Podemos correlacionar o conceito das mandalas e o legonomismo sobre a qualidade e o tipo de informações que elas transmitem. As impressões que elas causam vão muito além do entendimento intelectual em comparação com as outras funções. Vemos que tanto Jung quanto Gurdjieff enfatizam a importância de ir além do intelecto. Abordando assim outras formas de cognição e emoção em seus sistemas. Ambas as abordagens reconhecem que o desenvolvimento pessoal e espiritual requer o envolvimento e a integração de várias funções, incluindo intuição, emoção e sensação, além do pensamento racional.

Uma tentativa da IA em criar uma arte sob os critérios do legonomismo

Cristo e a Páscoa: Legonomismo e Símbolos na Celebração da Ressurreição

A Páscoa é uma festividade profundamente enraizada no Cristianismo. Porém, tem como origens o Judaísmo. Contudo, possui um rico simbolismo que transcende tradições religiosas e culturais. A ressurreição de Jesus Cristo, evento central da Páscoa cristã, não é apenas um acontecimento histórico. É, contudo, um exemplo vivo do legonomismo e um símbolo multifacetado que expressa verdades universais. Símbolo esse muitas vezes expresso em diversas mandalas.

Como figura central do Cristianismo, Jesus Cristo encarna assim o amor divino. Também a redenção e a possibilidade de renovação espiritual para a humanidade. Sua ressurreição simboliza a vitória sobre a morte e a promessa de vida eterna. Oferecendo assim esperança e inspiração aos fiéis. Neste sentido, Cristo pode ser considerado uma manifestação viva do legonomismo. Afinal, sua vida, ensinamentos e ressurreição transmitem verdades universais por meio de uma forma simbólica e experiencial.

Cristo, legonomismo e mandala viva

A própria “via crucis” é um legonomismo como arte viva em expressão de uma mensagem universal e sagrada. Assim como é também uma mandala onde a vida e a morte se encerram em um mesmo “círculo mandálico”. A figura de Cristo ressuscitado representa o arquétipo de renascimento e transformação. Porém, diversas tradições espirituais e mitológicas apresentam esse arquétipo. Contudo, a sua ressonância com a experiência humana confere a Cristo um caráter universal que transcende as fronteiras religiosas.

A Páscoa também incorpora elementos do simbolismo da primavera e da renovação da vida. Devemos lembrar que essas tradições nasceram no hemisfério norte. Desse modo, os ovos de Páscoa representam a fertilidade e o renascimento quem vem após o recolhimento invernal. A Páscoa, portanto, é um símbolo que abrange múltiplas camadas de significado e tradições, tanto religiosas quanto culturais.

O simbolismo é uma parte fundamental da experiência humana e da nossa busca por compreender e expressar a realidade. O legonomismo, as mandalas e as suas representações dos eventos pascoais são exemplos de como os símbolos podem transmitir verdades universais e profundos conhecimentos. Podem nos conectar com nossa essência e com o mundo ao nosso redor. Reconhecer e explorar o poder dos símbolos é uma maneira valiosa de enriquecer nossas vidas e expandir nossa compreensão do universo em que vivemos.

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A Páscoa e a figura de Jesus Cristo oferecem uma rica tapeçaria de símbolos e significados relacionados ao conceito de legonomismo. A ressurreição de Cristo e os elementos simbólicos associados à Páscoa transmitem verdades universais e arquetípicas que ressoam com a experiência humana, proporcionando inspiração e orientação espiritual para aqueles que buscam compreender e se conectar com o sagrado e o divino.

O legomonismo de Gurdjieff e as mandalas de Jung são conceitos que representam a busca por um entendimento mais profundo e holístico da natureza humana e do processo de desenvolvimento pessoal. Ambos os sistemas abordam a importância de equilibrar e integrar as diferentes funções cognitivas e emocionais, em vez de se concentrar apenas no intelecto. Ou seja, somente no desenvolvimento do centro intelectual e mental.

Portanto, há uma grande sinergia nesta comparação, apesar do nome distinto escolhido por cada um deles para expressar esse fenômeno humano.

8 comentários em “Legonomismo, Mandalas e a Páscoa: Símbolos e Significados”

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